sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Gana, o outro lado da decisão da Copa Africana de Nações

Mal início, posterior solidificação e chegada à final. Não, não estamos falando da Costa do Marfim novamente. Gana, mais consistente e forte coletivamente, esteve longe de ter trajetória tão diferente. Também finalista, vamos aos principais aspectos da seleção de Avram Grant.

André Ayew, um dos símbolos da equipe (foto: Reprodução)

Mecanismo de ataque, boa recomposição após perda e pouco espaço entre linhas. Coletivamente, a equipe ganesa pode ser definida assim. Aspectos básicos para o funcionamento de um time, mas extremamente raros na atual edição da Copa Africana de Nações. Os costa-marfinenses, por exemplo, não possuem nada do que foi citado. Porém, ainda não foi possível ver a melhor versão de Gana. Mesmo nos tranquilos triunfos sobre Guiné e Guiné Equatorial, ambos por 3 a 0, o conjunto esteve distante de seu limite e, para garantir as vitórias, não precisou de muito. Na decisão, espera-se o melhor nível.

Seja no 4-4-2 (com ou sem a bola) ou no 4-2-3-1 (na fase defensiva, 4-4-1-1) - variações, por si só, já parecidas -, as características são as mesmas. Com a posse, liberdade aos extremos (Atsu-André Ayew), que rodam pelo centro e liberam flancos aos laterais (Afful-Baba). Estes, por sua vez, dão largura à equipe e mantém opções externas. Vale lembrar que, ainda no cotejo inicial, Avram Grant testou um 3-5-1-1 (que fecha espaços num 5-3-1-1), optou por postura totalmente reativa e perdeu para Senegal. Desde então, quatro vitórias.

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Defensivamente, a seleção mais sólida dentre as que passaram da fase de grupos. Linhas próximas, nada de vácuo entre elas. No total, três duelos sem sofrer gols. O que se deve bastante aos wingers, auxiliando laterais até  o fim e, assim, sempre dobrando a marcação. Contudo, como todo bom atleta da função, Atsu e André Ayew também desequilibram à frente. Até aqui, participaram de oito dos dez tentos do time - 80%, logicamente.

Como coletivo, Gana é muito superior à Costa do Marfim. Entretanto, as individualidades têm pesado demais no torneio. Por possuir mais fatores, Hervé Renard larga alguns milésimos de segundo antes de Avram Grant. Pelo lado histórico, é a reedição da final de 1992, vencida - nos pênaltis - pelos marfinenses. Segunda maior campeã da copa, com quatro conquistas, a seleção tenta vencer algo relevante após 33 anos de jejum. Chegou a hora, "Black Stars"?

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